9 de setembro de 2010

Lili.


É a minha melhor amiga desde os três anos. Ou deeeesde os trêêêês aaaaanos (ler com guinchinhos enquanto espetam três dedos da mão direita à frente dos olhos assustados do vosso interlocutor), como apregoamos, orgulhosas e emocionadas, a toda e qualquer pessoa que se cruze no nosso caminho, seja no meio da rua, seja na fila da casa-de-banho, quando já enfiámos álcool q.b. no bucho.

A Lili é - muito provavelmente - a minha única e verdadeira grande amiga mulher. Sou mais de amigos. Todas as minhas relações com pseudograndesamigas têm terminado em tragédia. Às vezes em tragicomédia, tal é o estado nem sei se ria, nem sei se chore. Já não lamento nada, nenhuma. E é verdade que se me f*odem também consigo ser bem fodid@ como retribuição. 

Aos 4 anos gostávamos de levar no mesmo dia, pra Pré-Primária, aquela camisa esverdeada com uns desenhos (ui, linda!) que tínhamos igual. Aos 8 lamentávamo-nos que os nossos pais não tivessem comprado casa no mesmo bairro (apesar de morarmos pertíssimo). Aos 10 fomos actuar na festa de Natal da escola, por opção própria, com o espectacular outfit escolhido por nós de calças de ganga e t-shirt branca. Aos 11 enrolámos uma folha de papel do caderno e acendemos na lareira, pra ver o que era fumar. Aos 12 imitávamos as Spice Girls, ela era a Geri, eu a Emma e inventávamos coreografias para a If you wanna be my lover, you gotta get with my friends (...). Em todas as idades sempre falámos, falámos, falámos, falámos, falámos. Gostamos as duas abusadamente de rir e de falar. Sei que, em grupo, acabamos por, inconscientemente, monopolizar as conversas e ficar a falar de coisas nossas. Hoje em dia, poucas coisas mudaram. Continuamos a passar por loucas. Só por darmos concertos requeridos por absolutamente ninguém, para todo um parque de campismo às 6 da tarde. Ou por molharmos belgas em Baileys – à falta de leite. Ou por coreografarmos músicas pimba de uma forma absolutamente espectacular.

A sensação que tenho é que, sempre que estamos juntas, não falta mais ninguém. Nós chegamos. Nós gostamos. Podemos ir passar um fim-de-semana só as duas ou irmos sozinhas para um festival onde não conheçamos ninguém que bastamo-nos a nós próprias e divertimo-nos, como nunca, sozinhas.

Eu estou em Lisboa, ela está no Porto, encontramo-nos todos os fins-de-semana quando vamos a casa e, ainda assim, é das pessoas mais presentes na minha vida. Nos últimos vinte anos nunca falhou e sei que, no matter what, nunca vai falhar. E temos tantos episódios, tantas recordações, tantos ataques de riso, tantas parvoíces, tantos abraços, tantas conversas, tantas noites, madrugadas, tantos olhares cúmplices, tantas private jokes, tantas histórias para contar.

 Só pra vocês quase verem como nós somos giras. E modestas.

20 comentários:

Lady Me disse...

Estas histórias põem-me a babar!
Que lido querida! :)

Lindas, lindas!

Isto é pra vida!

Adorava ver o concerto das 6 da tarde xD

Bluebluesky disse...

Toda a gente nos falha alguma vez na vida. Até mesmo os amigos de há 20 anos. Mas não faz mal, porque nós tb falhamos, e no fim o q importa é o sentimento. E esse é que não falha nunca.

Jedi Master Atomic disse...

Ai que....eeeerrr....lindas? :P

JB disse...

Lol quando eu deixei de fumar e estava a lutar para não ir comprar um maço, fiz uma coisa parecida com o que vocês fizeram: enrolei uma folha normalíssima, meti-lhe la pra dentro folhas de carvalho, se não me engano, e....foi o pior cigarro que já fumei...gostei das belgas no Baileys também..."à falta de leite"...não seria "as belgas no leite, à falta de Baileys"? Mas é bom teres assim alguém em quem confies a 100% Cat...já agora aproveito para aconselhar as musicas pimba da Rosinha que devem dar coreografias fantásticas..lol, fui vê-la estas férias a actuar numa pequena aldeia e tem musicas muito boas..Bj

Cat disse...

Lady Me, assim espero :')

Bluebluesky, se falhar, cá estaremos pra resolver tudo. Mas eu cá acredito que há pessoas que nunca nos falham.

Jedi, CLARO!

JB, digo-te que folha de caderno também deve ter sido a pior coisa que já fumei na vida! Tu sempre puseste folhinhas lá pra dentro! Ahah, também dá, mas nesse dia o que faltava mesmo era o leite :P Nunca tive o...hum, prazer.. de ver a Rosinha ao vivo mas vi esse êxtase da sofisticação e do glamour na 3ª no 5 pra meia-noite e fiquei deveras fascinada. Sei de que músicas falas --'

Unknown disse...

Belgas mergulhadas em Bailey's ??

S* disse...

É lindo ter alguém assim, que nos tem acompanhado ao longo da vida.

Me disse...

Lindo lindo lindo!

É uma história fantástica que me fez lembrar tanto a minha irmã...

Bisouxxx babe

Cat disse...

Duardinho, que tem? Não achas que Baileys se assemelha vagamente a leite com chocolate?

S*, pois é!

Me, :')

Abby Richter disse...

lindooooooooooooooooooooo!

Carolina Louback disse...

Só tenho uma amiga assim. Fez lembrar-me de momentos de muitos risos e de muitas conversas, as vezes a noite inteira, mas amizades assim são raras.

Anónimo disse...

Tu és mesmo maluquinha, mas tomara muita gente ter uma maluquinha assim, por amiga.
F*oda-se (que foi como tu escreveste... meteste o asterísco e esqueceste-te de tirar o "o", ou fizeste de propósito loool), que com tanto entusiasmo, quase consigo ver daqui aquele brilho de felicidade nos olhos.
Quem tem amigos assim, não precisa de mais nada.
Tens uma pinta do caraças, Srª Drª.

Joana | My Pretty Mess disse...

Uma amizade para a vida...
Sortuda.

Mary Jane disse...

A fotografia está espectacular, umas cores vibrantes, contornos super nítidos ;)

Em compensação o que falta na fotografia está no texto e só pelo que tem no texto, acho que vocês são certamente espectaculares. A Lili com uma ligeira vantagem por estudar no Porto!

Miss Murder disse...

Eu adoro historias sobre melhores amigas ^^

Porque essas sim são amores para sempre!

Olhos Dourados disse...

Desde os três... isso é para durar!
A minha melhor amiga é desde os 12, se não me engano.

Rita disse...

É muito bom termos assim uma amiga, com quem podemos sempre contar. Hoje em dia são tão raros!

Beijinhos*

Madame Pirulitos disse...

São estórias com estas que me fazem acreditar. Ainda.

E um viva para um Vicente ainda mais canininho que o meu:):):)

Beijinhos de saudades.

Anaa disse...

awww, quando li esse texto lembrei-me tanto de mim e da minha melhor amiga. O sentimento é exactamente o mesmo, somos amigas desde que temos 4 anos, sempre andamos na mesma turma, até chegar o 10º ano, sempre bastamos nós para nos divertir.

Compreendo muito bem o que é ter um número infindável de memórias, de recordações, de momentos parvos vividos em conjunto.

Parabéns pela vossa amizade, existem poucas desse género, tiveste uma enorme sorte e és, provavelmente, muito boa amiga, porque manter uma amizade tantos anos por vezes é dificil. É estar lá no melhor e no pior, mas lá está, sei bem o que é ter a sorte de ter uma melhor amiga desde os 3/4 anos :D

Cat disse...

Abby Richter, :)

Carolina Tavares, são mesmo!

Fresco_e_Fofo, maluquinha, eeeeeeuuu?! (É retórica, não te preocupes!). Oh pá, agora gostava tanto de dizer que f*od... foi de propósito. Porque se me tivesse lembrado, com certeza que teria feito de propósito. Mas não, foi mesmo engano. Mas gostei, não vou corrigir ;)

joana, hum hum! :D

Mary Jane, maaaau, então, que mal tem Lisboa? :P

Miss Murder, verdade! :)

Olhos Dourados, mesmo assim desde os 12 também já é muito tempo-

Rita, pois são!

Madame Pirulitos, beijinhos, querida. Pra ti e pro baby V :)

Anaa, que bom que também sabes do que falo :)