Desde o primeiro dia do curso que ouço a pergunta Qual é a especialidade que vais escolher? sensivelmente 9834728746175 vezes por semana. Ninguém deixa passar. Nem o primo avec da França que vejo de 2 em 2 anos em eventos familiares de gosto duvidoso (tanto os eventos como o primo) nem a senhora do supermercado que me conhece desde pequenina.
Tive várias fases.
1) A fase Ainda não sei, só naquela de não me comprometer e não me chatearem. Foi a que mais se repetiu ao longo dos anos.
2) A fase Psiquiatria que durou quase uns dois anos e que também já lá vai.
3) E agora estou na fase final. Já fiz o exame de acesso à especialidade e a escolho daqui a uns meses. E já sei (como se não soubesse já antes e andasse só em plena negação!) em princípio-mais-ou-menos-hum-ainda-estou-a-pensar-na-vida-mas-deve-ser-isso. É Medicina Interna. Ora vou logo gostar de uma das especialidades mais renegadas e desconhecidas. E agora, é fatídico como o destino que vem sempre lá um Isso é o quê?. E, às vezes, ainda um É médico de família? (Não, não é, grrr!). E uma pessoa perguntou-me Ah, tem a ver com intestinos? Interna, intestinos, I get your point! Mas também não é.
E lá faço eu o meu discurso de sempre. Sempre igual, acho que já sei as palavras de cor, que nem monólogo. Tudo explicado tim-tim por tim-tim e que termina, inevitavelmente, com um É a especialidade do Dr. House!, para ver se prestigia a especialidade e impressiona o interlocutor. E estou farta disto. Começo a pensar seriamente em imprimir a descrição de Medicina Interna da Wikipedia que é bastante boazinha e mostrar cada vez que me perguntam. Ou então, para despachar, dizer qualquer que toda a gente conheça e ache fofinho, género Pediatria (vade retro satanás! deus me livre e guarde!). Resposta à qual se seguirá um coro enternecido que podemos traduzir com a onomatopeia ooooh! (especialmente se grupo de interlocutores do género feminino).