A interrupção do ciclo de roubo de antenas de carros.
(até lhe mandei um sublinhadozinho para realçar a indignação)
Ora, como uns sabem e outros não, o ciclo de roubo de antenas de carros remonta ao ano de mil novecentos e trocópasso aquando do infeliz acaso de uma rabanada de vento ter feito voar para parte incerta a antena de um carrro. Um só. E aqui se prova o butterfly effect de quando uma borboleta bate as asas num canto do mundo etcetera etcetera pardais ao ninho. E o proprietário do veículo, desgostoso por não poder ouvir os hits do momento e dado não ter leitor de k7s, rouba a antena do carro do vizinho durante a noite num acto de desespero. Vai daí, inicia-se um ciclo - que veio a atingir uma escala global - de roubo de antenas. Ou, para os mais púdicos, circulação de antenas. Um rouba o outro que, dessa forma, ganha o direito de roubar um outro que por aí adiante. Baseado em princípios teóricos, é fácil de compreender que - tirando um ou outro azar ou acidente ocasional - existem mais carros com antenas do que sem antenas. E, portanto, haverá sempre uma antena pronta a ser furtada, como manda a tradição.
Ora, corria o ano de 2011 quando a minha antena foi levada no parque de estacionamento do Hospital Fernando Fonseca aka Amadora-Sintra (pura coincidência, claro). E desde então - e tentando introduzir-me à mui nobre arte da prática do crime - tenho reparado que a maioria dos veículos não tem antena. Simplesmente não tem. Mesmo os estacionados à noite em sítios isolados, mesmo a pedi-las, nada, nem vê-la! E acho isto es-can-da-lo-so. Portanto preciso saber quem interrompeu o ciclo e levou mais antenas do que precisava e porquê. Agora! Porque já não suporto o desgosto de não conseguir sintonizar rádios que passam Adele 48272847616526273657365 por dia. É que eu adoro Adele. Especialmente em modo mute.