Os grupos são um fenómeno fascinante no mundo do - não menos fascinante - Facebook. (Ler com a ironia que a frase merece!)
Ajuntamentos de pessoas que adoram o sentimento de comunhão de gostos e ideais com os demais. Oh! ( Mão epicamente colocada na testa). Haverá coisa mais linda que esta? Os meus preferidos são os que se intitulam "Grupos de pessoas que ... ", para esclarecer logo ali à partida que se identificam como humanos e não como canídeos ou como fungos ou como insectos, não fosse dar-se o caso de se instalar a dúvida. Posto este esclarecimento, passemos adiante.
Hipoteticamente, qualquer pessoa poderia pertencer a quase qualquer grupo. Porque existem grupos para todos os gostos. Grupo de Pessoas que é Contra a Violência Doméstica, (Quê? Alguém é contra a violência doméstica?! Não po-de!), o Grupo de Pessoas que Tem Cabelo Castanho, o Grupo de Pessoas que Odeia Acordar Cedo, o Grupo de Pessoas que Não teve Gripe A, Grupo de Pessoas que Adora Dormir no Sofá (escandaloso!), o grupo Parti-me a Rir quando o Pedro Abrunhosa se Espalhou (é que isso não aconteceu a ninguém, obrigado por partilharem, a sério), o grupo A Minha mãe tem Maria no Nome, o Grupo de Pessoas que Adora Cães, o Grupo de Pessoas que NÃO joga Farmville (até tinham subido na minha consideração por isso. Mas desceram logo a seguir ao criar um grupo para o anunciar). Sabem que até existe o Grupo de Pessoas que é Contra o Facebook? Não acham isto espectacular?
Também me fascinam um bocadinho os grupos reivindicativos. Os que vão mudar o mundo, tudo via FB, sem sequer levantar o rabo gordo da cadeira. Como o Grupo de Cidadãos que Exigem a Demissão de José Sócrates. Ou o Grupo de Pessoas que Quer que na Extravangaza Carregamento = Saldo. Claro que a Vodafone e José Sócrates já nem dormem descansados, desde o dia em que se depararam com tais grupos. Ou ainda os humanitários, bem ao estilo Não vamos permitir mais a exploração infantil em países de Terceiro Mundo. É que, após inúmeras intervenções políticas e diplomáticas falharem, teve de se recorrer a uma situação drástica mas eficaz: criar um grupo no Facebook para resolver, logo ali, a situação, pimbas.
E não, obrigado, não quero criar nem pertencer ao Grupo de Pessoas que Odeiam Grupos. That's fucking stupid.